terça-feira, 14 de abril de 2009

Diário em oração (Por mim, por Clarice e Chris & Dom)

Acordei nua: pele e útero. O dia foi perdendo a densidade e não fora possível vestir-me depois de ter bebido até ficar idiota. Cantei alto, uivei no corpo e, graças a Deus me protegi te terem me penetrado sem preparo. Depois de conhecer Lóri e Ulisses e me compreender no absurdo anteparo (da vida), o que quero é dor sem razão: só profunda, só nos poros. Dor de chão e de choro, até esvaziar. Já vi gente que encara o ciclo da morte de frente, mas pintando para vivê-la ainda maior, sobrepondo qualquer possibilidade de humilhação com coragem de abismo... por essa me acometi. Se um dia eu me unir a Deus, por modo de saber quem sou, eu me autorizo a viver um sexo que nunca soube: para sorrir de alegria funda e fraquejar de amor delicado. Eu me rendo, eu me rendo... Repito mil vezes pra conseguir, tentando perder a cólera no caminho de me aceitar. A minha loucura não passa. Às vezes me cega de ver o miúdo da vida, mas mesmo assim, dou graça. Tenho medo de ficar normal, parar de sonhar estranho e não perceber a ligação entre o mundo e eu. Ainda bem que sou mãe: tenho função e o meu umbigo com a santidade. Amém.

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