sábado, 21 de novembro de 2009

Para Bruno e Daniela




Daniela divina comédia
Daniela divina
Divide amor e multiplica
Entre amigos, família
E quem quer que venha
Daniela desenha um mundo no qual cabe alegria infinita
Um carinho que agita o coração de Bruno
Que uma hora resolveu crescer
E amar Daniela
Colorir na janela da sinceridade
Uma vida de verdade e devaneios
Uma vida de sonhos
Imagem de juntos viver
Crescer
Acolher a felicidade simples de ter casa
Filha bunduda
E Domingo no maracanã.
Bruno, que adora dançar, se ilude no tamanho das roupas que compra pra ela – tudo P:
P de perfeito
De preguiçosa
P de pô, eu já falei que eu te amo!
Bruno, repete
Não esquece de falar mais de mil vezes eu te amo hoje e sempre do jeito que és
P de amor primeiro, amor inteiro
Princesa minha
Biquíni que só eu posso ver.

XXA gente sempre procurou o amor
XXVencemos tempestades
XXTranspassamos as idades
XXPelo pilar da nossa amizade selada com verbo
XXEu SINTO:
XXAlegria, tristeza, barreiras
XXEu TENHO CERTEZA:
XXDe que sempre te amarei.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poesia em Gullar

“Quando a morena vai embora a economia não resolve” - aprendi ontem com Ferreira Gullar logo após ter-lhe dito seus poemas, junto com o grupo de alunos da Escola Lucinda de Poesia Viva.

A poesia vai fundo na gente. O ser humano precisa disso. E mais:

O poema pode surgir de um sofrimento, mas no momento de escrever este sofrimento se transforma numa alegria estética.

A poesia nasce do espanto.

Na vida, o geral está explicado, o que não está explicado são as pequenas coisas.

Daí já vem as minhas divagações:

A poesia nasce dos nossos bastidores, e é pra lá que ela também vai. Surge nos hiatos de entendimento, nas sobreposições de pensamento e carrega, nas palavras, toda a força humana.

Ela não serve pra gente ter nada. Serve pra gente ser.

Também cumpre a função de extravasar de alegria e desenhar a nossa beleza. Une pela essência. Toca pela cadência.

A poesia é.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Grau de parentesco

“Hoje eu atingi o reino das imagens,
o reino da despalavra. “

Manoel de Barros

Naturalmente muitas pessoas me perguntam se eu sou parente do Carlos Vergara. Não bastasse a coincidência do sobrenome, somos masculino e feminino do mesmo significado. Carlos ou Carla: “um lavrador de terra que a transformou num jardim próprio para reis”.

Então ontem surgiu a oportunidade de estar presente na abertura de sua exposição, no MAM/Rio de Janeiro. Para lá segui com este propósito de me apresentar, saber sobre nossos antepassados e, portanto, me revelar.

Coração acelerou e a voz falhou diante do sorriso-olhar: “Carla Vergara! Nossa!” Prontamente me perguntou sobre a minha procedência familiar.

A família Vergara viera da Espanha e, chegando aqui, parte foi para o Sul e parte para o Norte do país, respectivamente as origens dele e minha. Se somos parentes, a distância é enorme... mas muito carinhoso, ele assinalou: “tem um primo teu aí, um Vergara que veio do Norte – o Guilherme. Fica perto que eu vou te mostrar.”

Meus pés doíam por uma bota precavida de chuva (que não chegou), e eu parti. Tal desconforto não combinava com aquela beleza disposta ao meu redor. Este Carlos, o não-primo do meu avô, é um sujeito criador. Faz coisas grandes não apenas pelo tamanho, mas pelo impacto que causam em nós.

Eu não entendo nada das artes plásticas e só bem recente me interessei pelo reino da “despalavra”, como diz Manoel. Mas ali não precisava saber. Só ver, sentir e ser.

Vou passear de novo naquele MAM, num dia de mais solidão, para estarem ali somente as obras e eu – neste silêncio profundo de criação que comunica Deus.

A terra dele é o ver
A minha, a escrever
O parentesco é esta engenhoca pregada na alma com a causa de transcender.

Guilherme, se ler esta prosa, adoraria te conhecer.