domingo, 31 de março de 2013

Poema do renascimento eterno


E de vez em quando a gente cruza uma fronteira pra descobrir que elas não existem. A alma rasga no corpo. O grito sobe a canela. Um bicho solto. A fogueira sã. O rosto se alinha ao caso de que  não há morte que nos separe em fatos, morte alguma, apenas restos derramados recompondo a vida. O ser perplexo de perpetuar num todo nunca igual estira sua fonte. O espelho quebra. A mão se firma sem sombra. Nenhuma moldura possível. Cabelos embaraçados. É sangue, puro sangue, corte, lucidez. A dor que nunca acaba celebra todo nascimento possível. Nascimento todo. Crista. Prazer.

O choro vence para a grande gargalhada.

O corpo ereto,

braços abertos,

dança a festa do viver.