Domingo, sete horas da manhã. Acordo, com aquele ar preguiça totalmente impregnado no meu ser. Rolo várias vezes até ter coragem de levantar da minha grande cama king size. Domingo é um dia que prezo pela farta mesa de café da manhã tão ausente nos dias de semana em que tenho que correr para levar meu filho para a escola e chegar no trabalho as nove horas.
Enquanto tiro da geladeira leite, manteiga, frios e frutas, escuto meu filho chamar: “Mimi, onde você está?”. Não sei porque-cargas d’água de sábado para cá ele passou a me chamar de Mimi. Respondo: “Na cozinha, meu amor”, e ele vem correndo para me ajudar a aprontar a mesa para quando o pai acordar.
A esta altura imagino que você está se perguntando: porque será que o nome desta crônica é “Peguei fogo num Domingo”. Calma... eu já vou explicar. A história começa quando peguei um pão francês que estava congelado para esquentar. Abri a porta do forno, coloquei o pão, virei o gás e apertei o botão para acender a chama. Poucos minutos depois, percebi que o forno não esquentara. Abri a porta novamente e sem pensar e, péééééé! Apertei o botão. Não preciso dizer que vroou... a chama explodiu em cima de mim! No susto, saí correndo pela casa gritando: “Tô pegando fogo! Tô pegando fogo!”.
Meu marido que dormia acordou de repente e pensou “Oba!”. Veio correndo ao meu encontro crente que ia começar o Domingo com um momento ardente de sexo e amor! Que decepção ao me ver adentrando o corredor com parte do cabelo queimando... Gritos, fumaça e o meu filho chorando de susto, foi tudo que ele encontrou! “Calma, meu amor!”, era tudo que ele dizia repetidas vezes enquanto as cinzas capilares caiam pelo chão. “Meu nome é desespero!” O que fazer com o meu tão cuidado cabelo, cliente de escovas progressivas mensais, hidratações com Kerastase, Lanza, Redken e tudo de mais caro que se possa imaginar?!
Conformada, segui para o banho, tentando identificar o que restara de mim. Sim, porque certamente meu cabelo e eu são praticamente a mesma pessoa! E enquanto a água caía, me via adentrar pelo ralo pouco a pouco, sem saber onde ia parar. Depois, vivi momentos de tensão até que o cabelo secasse e eu visse refletido no espelho meu estado final.
Graças a Deus que minha cabeleira é farta, e só quando eu mostro e conto para as pessoas é que é possível ver o estrago feito pelo fogo. Um pequeno arco natural em cima do rosto é o estilo que terei que assumir pelo período estimado de 3 meses, até que se forme um chumaço para cobrir o buraco do cabelo queimado. Posso dizer que sobrevivi.
Escrito em 2007
Filha:
ResponderExcluirQue crônica deliciosa!!!! Perfeita.
Que bom ler o que vc escreve... saudades!
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