domingo, 28 de junho de 2009

Peguei fogo num Domingo

Domingo, sete horas da manhã. Acordo, com aquele ar preguiça totalmente impregnado no meu ser. Rolo várias vezes até ter coragem de levantar da minha grande cama king size. Domingo é um dia que prezo pela farta mesa de café da manhã tão ausente nos dias de semana em que tenho que correr para levar meu filho para a escola e chegar no trabalho as nove horas.

Enquanto tiro da geladeira leite, manteiga, frios e frutas, escuto meu filho chamar: “Mimi, onde você está?”. Não sei porque-cargas d’água de sábado para cá ele passou a me chamar de Mimi. Respondo: “Na cozinha, meu amor”, e ele vem correndo para me ajudar a aprontar a mesa para quando o pai acordar.

A esta altura imagino que você está se perguntando: porque será que o nome desta crônica é “Peguei fogo num Domingo”. Calma... eu já vou explicar. A história começa quando peguei um pão francês que estava congelado para esquentar. Abri a porta do forno, coloquei o pão, virei o gás e apertei o botão para acender a chama. Poucos minutos depois, percebi que o forno não esquentara. Abri a porta novamente e sem pensar e, péééééé! Apertei o botão. Não preciso dizer que vroou... a chama explodiu em cima de mim! No susto, saí correndo pela casa gritando: “Tô pegando fogo! Tô pegando fogo!”.

Meu marido que dormia acordou de repente e pensou “Oba!”. Veio correndo ao meu encontro crente que ia começar o Domingo com um momento ardente de sexo e amor! Que decepção ao me ver adentrando o corredor com parte do cabelo queimando... Gritos, fumaça e o meu filho chorando de susto, foi tudo que ele encontrou! “Calma, meu amor!”, era tudo que ele dizia repetidas vezes enquanto as cinzas capilares caiam pelo chão. “Meu nome é desespero!” O que fazer com o meu tão cuidado cabelo, cliente de escovas progressivas mensais, hidratações com Kerastase, Lanza, Redken e tudo de mais caro que se possa imaginar?!

Conformada, segui para o banho, tentando identificar o que restara de mim. Sim, porque certamente meu cabelo e eu são praticamente a mesma pessoa! E enquanto a água caía, me via adentrar pelo ralo pouco a pouco, sem saber onde ia parar. Depois, vivi momentos de tensão até que o cabelo secasse e eu visse refletido no espelho meu estado final.

Graças a Deus que minha cabeleira é farta, e só quando eu mostro e conto para as pessoas é que é possível ver o estrago feito pelo fogo. Um pequeno arco natural em cima do rosto é o estilo que terei que assumir pelo período estimado de 3 meses, até que se forme um chumaço para cobrir o buraco do cabelo queimado. Posso dizer que sobrevivi.

Escrito em 2007

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