sábado, 20 de junho de 2009

Releitura

Novidade: ele agora gosta de livros sem ilustração
Porque sua imaginação
Produz imagens a partir minha fala
"- Mãe, eu tô prestando atenção, só que não preciso mais ficar olhando pro livro enquanto você conta essa história: as figuras se formam na minha cabeça"
E aprendo com precisão
que o meu tempo de amar e educar
e educar e amar
Ler sem ver o tempo passar nas noites sem fim
pele a pele na cama
são as eternidades que juntos produzimos.
Não tem preço
Não há palavras
Saber que do meu ventre nascido
E apenas seis anos após este fato
Meu filho é retrato da criatividade nossa.
Na sala, a estante lotada
Nos quartos
Pequenos pedaços da nossa memória coletiva:
minha, dele e de toda a humanidade.
Que seja esta a nossa verdade íntima
A nossa união
O nosso ritmo
A renovação permanente do meu umbigo
Da sua amamentação
E o sentimento do seu lugar cativo
No meu coração.

3 comentários:

  1. Me emocionou, filha. Curte mesmo seu filho. Aproveita este tempo que ele é totalmente seu, pra você, com você. Esse Lucas é uma benção.
    Mãe

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  2. Me emocionei com você, com Lucas e com sua mãe. Engraçado como mesmo sendo homem, a maternidade me entra corpo adentro e me sinto mãe quando leio estes poemas. Com algumas experiências vividas, aprendi que há uma diferença muito sutil entre ser pai e ser mãe. Essa diferença está no seu poema. Transborda nos versos em que você compreende esse ritmo que é do Lucas mas que é também seu. É ritmo de umbigo para umbigo, de alma para alma.
    Saudades!!!

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  3. My friend, que coisa linda... Tenho o imenso privilégio de conviver com essa linda relação, que amadurece e se renova a cada dia.

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