Aboliu-se do direito de exercer-se mãe.
O dever, que nasceu quando o filho lhe rompeu o ventre,
era fardo, forte demais.
Mais fácil abandonar as dores soltas
deixá-las trôpegas pelo caminho em busca da própria cura.
Um filho,
por primeiro e para toda a vida,
te vasculha as entranhas: não tem jeito.
Não são todas que conseguem carregar pela vida as imagens partidas de si.
Suas lentes tontas não juntam
não tocam
não cuidam.
Mas a vida é esta possibilidade viva de se ter outra mãe
Nascer de novo sem morrer, tantas vezes
até que se tenha alegria.
Bonitos: o poema e a roupa nova do blog. Há a possibilidade de se inventar a mãe ou o pai que sempre se quisemos. Juntamos a imagem que vem dos séculos da humanidade com nossa necessidade. Simples? Não, não conheço mais difícil construção, mas há que se viver tentando.
ResponderExcluirCarla, retorno a este poema. Como é lindo o que vc escreveu, como eu me reconheço nas suas palavras...
ResponderExcluirHugo Menezes