quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Exemplo

Eles corriam curiosos pela floresta
Buscavam bichos, pedaços de pau, frutas
Molhavam as mãos na água
E correndo atrás de borboletas
Colhiam asas para sua imaginação.
Eram dois corpos perfeitos
Livres a percorrer espaços
Que no entrelaço da amizade
Apreendiam, por condição de viabilidade,
Sobre o laço a um irmão.
Assim sou mãe do espaço
Da vista
Da paisagem
Da cola secreta que une um ser ao outro
Do acaso da vida
Da intenção de amor.
Pouca idade, já não tenho mais...
Partes doem
Sofro de insônia
A pele desbotada na varredura das manchas
E um sangue, que de vermelho que é,
Me empurra por dentro, inquieta.
Há tempos desconheço o manso
Oro cada vez mais por um verbo infantil:
Quero, brinco, sonho, descanso
Carinho, choro sincero, sentimento limpo
Mãe, deita aqui até eu dormir?
Desejo andar de mãos dadas
Irmãmente assim
Como aquela liberdade de dois seres
Desfrutando dos saberes da alma no concreto:
Chão – passo
Desejo – beijo
Espanto – abraço
Molhado – esparramado pela pele toda
Percorrendo o trajeto de reconhecimento:
Assim eu sou, sinto, vejo, almejo – e faço.

Um comentário:

  1. você deve ser uma linda mãe...todas as suas poesias pra ele me enchem de uma coisa muito boa!
    mtos bjos
    karla

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