sábado, 20 de março de 2010

Por vir

Sempre me ocorreu chover as palavras e, ao final, dar título ao poema.
O título é aquele trecho que apreende o poder do texto e que, na maioria das vezes, vem de pronto, como um ponto, um resumo da cadência astral.
Nem sempre os itens do batizado estavam explícitos, mas o título é, digamos assim: o maestro, aquele que prepara o coração para o ritmo, harmoniza os meus pontos ambíguos, e transpira o todo unido.

Acontece que no meu processo escrito, tem havido uma subversão: tenho parido títulos ainda sem poemas nas mãos – assim:

“Estou sentindo”
“A grande coragem de dizer eu te amo”
“O que faltou lhe dizer”
“A leveza de um sentimento”

Que venha agora o enredo
O lastro da criação
Uma vida natural.

4 comentários:

  1. Subtítulos. (De Carla Vergara)

    Estou sentindo
    a grande coragem de dizer: eu te amo!
    A leveza de um sentimento,
    o que faltou lhe dizer. (pode trocar o dizer por algo pra não ficar repetitivo)

    Mas isso já é um poema!
    Desculpe intrometer-me, mas...
    Ordenando tudo, é um poema pronto oras!
    Quer agora fragmentar versos em títulos?

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  2. Concordo com David que seus títulos já são poemas prontos. risos
    Me identifiquei muito, pois também sempre pari poemas inteiros e só depois, seus títulos.
    Adorei. Beijos!

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  3. Eu ia dizer que às vezes é só o título que precisa ser dito. Nada mais. Está tudo ali. Mas li o David e concordo. Diria que o poema estava sem coragem de se juntar, mas seu amigo juntou para você! Adorei isso.

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  4. Oh, David, que provocação, hein... veja no que deu - rsrs
    Valeu o coro da Jac e da Dani!
    Bjs mil

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