domingo, 4 de setembro de 2011

A poesia me toma em seu cavalo galopante. Nestas horas posso ser sua amazona, posso ser este mesmo cavalo, ou uma velha agachada na beira de um rio. Posso ser tantas quantas asas eu armar em minhas costas. E agora que já tenho a chave, o olhar que adentra a alma, a poesia me doma feito eu fosse sua dona. Sua língua lambe as minhas pernas. Suas mãos transcendem a minha pele e, por mais que eu lute, resguarde ou duvide, a poesia molha. Neste leito onde não tenho forças, de onde não há fala mas uivo, eu canto o ventre de uma loba. Protege, mas caça. Seu seio exposto alimenta. O ínfimo gesto é gesto de vida. Estou nascida para a palavra amor.

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